A imagem dessas reflexões

"tenho pensado muito, refletido muito, entendido muito, acordada e em sonhos que provam como nosso inconsciente é poderoso. essa é a imagem dessas reflexões. nunca tinha feito isso, “pintado” um quadro. mas me veio a necessidade de materializar o que tá passando por aqui. com uma tela que já foi objeto de cena do supernova, papel de seda que usei no topless, linha e agulha de um outro projeto, o café que eu bebia, temperos da minha cozinha e uma tinta velha que o Léo me deu e que ironicamente está etiquetada em nome de Pedro, fui refletindo sobre os processos e caminhos da vida, sobre as pessoas que passaram por mim e vão ficar marcadas aqui pra sempre, sobre os desvios e as vontades. sobre a vida. é ridiculamente clichê pensar sobre a vida, sua beleza ou complexidade, mas acontece que é verdade: a vida dá muito pano pra manga pra gente pensar."

Essa foi a legenda que escrevi quando compartilhei o quadro "a imagem dessas reflexões" no instagram. O título só foi determinado bastante tempo depois, a partir dessa legenda, quando decidi que esse quadro foi uma parte importante do meu processo e deveria entrar no meu portfólio. 
Foi o primeiro (e único, por enquanto) quadro que eu fiz. Foi a primeira vez que realmente materializei o que estava passando na minha cabeça. Ele foi feito em algumas tardes entre junho e julho do ano passado, poucas semanas depois de eu ter terminado um relacionamento, quando eu precisava muito entender o que se passava na minha cabeça e no meu coração. De quarentena sozinha no meu apartamento, não tinha nada a perder, ninguém pra me observar ou julgar, então reuni os materiais que tinha pela casa e experimentei. Acredito que me libertei de uma trava importante ali. Me permiti experimentar com os materiais sem a pretensão ou necessidade de chegar a algum lugar, sem me preocupar se ficaria bonito ou o que. Sinto que consegui realmente acessar e materializar o que estava passando dentro de mim. Ainda hoje acho que essa é a imagem dessas reflexões.
Como precisava de um lugar que eu pudesse sujar para fazer o quadro, foi nessa época que descobri minha varanda e estabeleci uma relação importante e instigante com esse espaço, o que me levou à performance "Minha dosagem de vitamina D".






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