todo espaço que há pra mim
Em agosto do ano passado, participei de uma oficina de autovídeo, ou seja, de videoperformance com o pessoal do Projeto Vórtice. A oficina propôs percebecemos as narrativas que pudessem emergir dos cômodos nas nossas casas, a partir um olhar mais atento e mais ativo para esse lugar que a pandemia nos obrigou a estar.
Nos foi proposto pensar na casa como um disparador de memórias, como uma extensão do nosso corpo, como lugar simbólico. Pensar que estar em casa, habitar nossas casas, pode ser em si em processo criativo.
Eu não estava na minha casa e sim na casa do meu pai, em Curitiba. Eles (meu pai, minha madrasta e minha irmã) tinham se mudado pra lá há pouco tempo, portanto minha relação com aquele espaço ainda engatinhava. Para o exercício da oficina, me gravei com o celular debaixo da escrivaninha do meu quarto de lá:
"Me filmei debaixo da escrivaninha do meu quarto na casa do meu pai, com o abajur rosa, tentando me encaixar no espaço e descobrindo o que tem ali. Na portinha escondida encontrei uma caixa cheia de coisas antigas do meu pai, com fotos e um bilhete da minha avó, que não tive coragem de ler. Foi só um teste, um exercício, mas gostei da potência guardada ali. Numa próxima vinda exploro mais." - 20/08/2020
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